28 junho, 2009

Sopro da Eternidade




Parece que eu estou numa espécie de coma. É, é uma estranha sensação de estar sonhando, flutuando, enquanto meu corpo descansa em algum leito.
Eu posso tudo. eu posso ser tudo. Eu atravesso paredes, épocas, regras ! Eu posso qualquer coisa, mas este poder me consome de tal forma que até o horizonte me parece fútil, findável. É um poder letal.
Se as dimensões, as distâncias (até as planetárias) são frustrantemente pequenas, o que mais posso superar ? Quais limites ?
Não se trata de limites morais, mas sim de limites existenciais. Limite do imaginável. Limite da dor. Limite de voar... mas em busca do que ?
O que há depois do sucesso ? O que há depois das crenças ? O que há depois de nos enchermos deste mundo ? De tudo o que ele guarda ? O que há depois do silêncio ? O que há depois de um sonho ?



Oh loucura que me invade !

Dá vontade de fingir ter problemas como os de todo mundo, só para ter algo em comum, só para ter certeza de que estou sã !

Esta força me tirou tudo o que eu respirava e agora Vivo em crise de asmas, até que a morte me leve, num navio florido ao mar...

É como se tentassem vislumbrar meus olhos, mas eles são de vidro, e só refletem, recusando suas ofertas ! Fico assim, apenas com a essência, dentro do meu louco âmago.

Antes eu acreditava que enlouquecer, era ter liberdade, mas estou descobrindo que nos libertamos de respostas, mas nunca de perguntas ! Todos nós precisamos de um início lógico.De um ponto de partida e da chance ilusória de questionar.
Enlouquecer não é senão apenas mais uma prisão.A prisão de saber que não existem regras ou limites, mas a prisão de que existe um destino e um propósito. Talvez, enlouquecer seja ter fé e humildade para aceitar este fato...

Há uma vontade de explorar tudo, cada cantinho, cada sabor, cada cor, cada número, cada posição, cada desgraça, cada êxito... só para ver se entendo o que é que me trouxe aqui.
Parece-me que antes era tão mais fácil. Eu criava e as estrelas dançavam realizando meus pedidos. Hoje, todos cansam, reclamam, sacrificam-se e vão sem concluírem seu desejo ardente de brilhar com E'las.

É como se guardassem um Carnaval dentro de uma velha caixinha de música, onde já vive uma bailarina.

O que afinal me alimenta ? O que alimenta meus irmãos ?
Não sei ! è como se fossemos uma rede, não uma rede seletiva, onde escolhemos os nós, mas é uma espécie de extensão, de raio.
Nunca estaremos felizes plenamente, enquanto uns sofrem, porque é uma parte minha que sangra.
tudo sou eu: quem atira, quem morre; quem rouba, quem prende; quem é cego, quem procura; quem chora, quem acalanta; quem apresenta, quem aplaude; quem luta, quem desacredita; quem esconde, quem investiga; quem teme, quem é firme; quem sofre, quem vence...
As estrelas são partes que conseguiram brilhar !

Quais os nossos compromissos ?