13 dezembro, 2009

PROSTÍBULO DO ADEUS

ACHO QUE A VIDA ME FAZ PROSTITUTA
É, A VIDA ME PAGA PARA DESTRUIR CASAMENTOS
SERÁ QUE SIRVO APENAS PARA ISTO?
DESTRUIR COM VERDADES?
DESTRUIR VIDAS, TALVEZ ILUSÓRIAS, MAS VIVIDAS.
DIA-DIA ALGUÉM ABRE MÃO
E ENTÃO EU ENTRO EM CENA,
E DEVORO PEDAÇOS DA CARNE?
DEVORO PEDAÇOS DAS MENTIRAS MAIS BEM FEITAS
PELO EGO, PELA PROJEÇÃO, PELA JUVENTUDE INFAME
E DESTRUO?
SOU, SOU ‘DESTRUIDORA DE LARES’
MAS DOS LARES INTERNOS
OS LARES ESCUROS, OS LARES ESCONDIDOS
EU DESTRUO !
SER ESCRAVA ... VIVER DE PEDAÇOS DA CARNE
E DEIXAR ALGUEM EM PEDAÇOS?
É TUDO TÃO CONTRADITÓRIO.
SOU PROSTITUTA, ALIÁS, SOU PARASITA
QUISERA EU SER MULHER, SER CAPITU
E DESTRUIR PELA SEDUÇÃO
NÃO PELO SENTIR, NÃO PELA DOR
MAS PELO PRAZER
NÃO POR ME ALIMENTAR DO SANGUE DE OUTRO SER.
VAI VER, SOU PAGA PELA MORTE
POIS PARASITAS NASCEM DO PODRE,
MINHA VERDADE, NASCE DO DESEQUILIBRIO...
SOU FILHA DA MORTE ?
E É TUDO TÃO CONTRADITÓRIO...
DIZEM QUE SÓ É POSSÍVEL VIVER QUANDO SE PERDE UMA PARTE
ENTÃO, SERÁ EU, UM RITO DE PASSAGEM?
E COMIGO NINGUÉM FICARÁ?
SERÁ QUE ESTA MORTE QUE ME PAGA TAMBÉM ERA SÓ UM RITO
E EU PARALISEI? SOU ESCRAVA DELA?
E É TUDO TÃO CONTRADITÓRIO.
E QUEM SERÁ O PRÓXIMO?
ESTOU COM FOME
ESTOU COM FOME.

PRECISO DO TORMENTO ALHEIO
SENÃO, NÃO SEREI NADA.
NÃO SEREI RITO, NÃO SEREI FORTALEÇA
SEREI ESQUECIDA.
E A MORTE? A MORTE ASSUSTA...
A MORTE DÁ GLÓRIA,
MAS A MORTE, ELA VIVE SEMPRE ASSIM,
VAZIA.
PORQUE DOS MORTOS, DA HONRA E DA HISTÓRIA
AS PESSOAS LEMBRAM
E DA MORTE?
ELAS CORREM COM O VENTO....

09 outubro, 2009

Chá da Coragem

Hoje me perguntaram : quem és ?

comecei com as teias
sou rio que corre tijolos do passado
sou asas de ferro
sou tudo aquilo que poderia e não sou
sou a potência congelada
sou o talento assustador
de fingir-me atrás de 1 metro e pouco
sou a que manipula verdades, até convencer o
próprio engano.
Sou um incômodo singular
sou pétalas e gotas
sou traços e abstrato
sou a contradição, mas preciso apenas do mesmo
sou eu ali escondida em baixo da cama
sou quem toma o café das 5 com a loucura
dorme com a insensatez
quando o sol raiva, vem com ele o cansaço
almoço esperança e lembro-me de colocar a vassoura atras da porta
mas ela voa sozinha e logo a companhia toca : Esta sou eu

Elenco Fantasma

Já não sei mais quantos são
Eles me invadem
Incorporam aos montes
Ação !
Me fazem de boneca de pano
hora brincam, hora rasgam-me
Sobem do penhasco ou me atiram de vez
Toco na maciez das nuvens ou em pântanos de amargura
escrevo, dirijo, atuo, deslizo, queixo, me orgulho,desisto,
Pego a boneca, dou-lhe companhia
sonho com bosques e lá vem eles outra vez

Conheci a Capitu com seu poder inquestionável
a menina chorona que só
a mãe que vive o amanhã
o avô que oferece colo pra contar histórias
a vingança que calcula de forma perfeita
a criança abandonada no berço
o sábio que do silêncio faz sua morada, e da palavra sua glória
E todo um alfabeto... vesti minha'lma
A vida é cenário da morte
mas nunca ensaio.
Sequei ao sol, exalando desgosto
e bebi água de chuva, cantarolando
E onde está o equilíbrio ? Este senhor ainda não visitou-me
Agora estou aos trapos !
Nunca fui palco, fui beco de grandes, de espetáculos em desespero
Os farrapos, as porpurinas... as plumas que enroscam em espadas.
AÇÃO !

08 setembro, 2009

Melodia do Universo

Hoje tive uma grande revelação: o movimento da vida e de nossa participação nele.Nos escondemos atrás do 'a vida que sabe'; 'seja o que Deus quiser', 'Ah! o que tiver de ser será' e ocultamos o nosso poder em criar nosso destino, ocultamos a riqueza de nos ligarmos uns aos outros, como irmãos, como partes fundamentais uns dos outros. Podemos somar constantemente e dividir experiências, admirações, sorrisos, colos, sonhos...Eu que ultimamente tenho recebido a tristeza, hoje recebi a contradição em alegria.Contadição porque em instantes programei algo, que gerou um momento único. Por mais que tenha imaginado as reações, foi único. Um 'descontrole' criado por almas afins.Viva a verdade, o sentir e a coragem de arriscar.E de pensar que esta iniciativa, foi uma espécie de cadeia. Me surpreenderam e percebi que deveria passar este presente adiante. Obrigada!



Uma nota

uma tentativa

um desvairar

um desespero afinado

um sorriso alargado

uma idéia nua de superioridade

um agradecimento de verdade

um abraço terno

uma estação de esperança

uma estrofe de ferro

um olhar de criança

um suspiro de abandono

um acorde de fé

um começo de direito pé

um bailar de sonhos

um partitura de amizade

Um, dois, três, segue o compasso que arde

22 agosto, 2009

'Circo' Vicioso


Pensei, senti e então descobri que de fato, tenho e temos o direito e tempo de estarmos tristes ! Fomos criados em uma filosofia de que 'sempre há alguém pior' e há ! Mas não podemos anular nossos vazios, feridas, frustrações por isto. Escancare ! Tenha coragem de viver a tristeza ! Conheça a sombra e assim poderá levar a luz ! Apenas o que é exposto pode ser modificado !

O sofrimento é útil quando nos convoca ao progresso, caso contrário é erva daninha a sufocar sonhos, anseios e o tal reflexo das flores....

Sim, vivemos em um 'circo' vicioso: fazemos shows, acrobacias, cenas engraçadas para passarmos menos tempo conosco, com nossas dores. Quando na realidade deveria haver alegria, palhaços, esguichos de água, bexigas e até certas aberrações para nós mesmos ! Este é o verdadeiro circo, o da verdade e lealdade para conosco. O louvável circo é o talento de rodar os bamboles da vaidade, encostar nos pregos do passado, construir e angariar camas elásticas quando não mais aguentar, sobreviver as tochas de fogo ou aos cubos de gelo e sofrer com a elegancia de sapatos grandes ou maquiagens de lágrima, de ser dar este direito... e enfim, dar-se o de se libertar pouco a pouco !

O mais curioso é que as vezes os pregos são flores de uma espécie que não conhecíamos; as chamas são o calor que nos assusta; o gelo o direito do outro ser da maneira que bem entende por mais fria que seja !


Sim, ainda estou triste, dolorida, exausta........

No post anterior derrubei lágrimas e minhas espadas ! Cansei ! Mas um ser no chão... fica abaixo de qualquer um ! Propício a ser esmagado....

Vou (vamos) construir então novas armas !

A primeira é a aceitação.

21 agosto, 2009

Hemorragia de 'Sels'

Quando a dor chega a primeira reação é negá-la ! Mais cruel do que ela, é fingir que não existe um grito constante, clamando , implorando por pelo menos um fôlego de paz! Eu já não aguento mais ! Eu achei que o próprio caminho fosse a glória, mas é dor atrás de dor ! Quando penso que uma parte do mosaico vai se colorir, quebra-se! E lá vou eu juntar os cacos.
Onde achamos a saída disso ou melhor, a entrada da paz? Já não sei se ela é deste mundo ou se é mais uma ilusão catastrófica!
Parece que eu mesma me violento... abri pequenos cortes e meu próprio âmago os alarga com enxurradas de sangue , de tal modo que a cada pele rasgada, rasga-se a esperança, a certeza !




Depois que secar o que virá?
Não sei por que ainda temo a morte, ela é meu reflexo! Talvez meus olhos não estejam prontos para enxergá-lo ! Em pequenos lapsos me vejo com uma flor... e então ela some, e ficam as gotas
espirradas no espelho...

Ainda me debato ao ver poças de sangue ! E quanto mais tento limpá-las, mais se espalham e embaçam esta imagem!
Acostumamos-nos tanto a dizer e parecer e é tão inútil! Do que adianta parecermos ilesos com cortes se abrindo embaixo das roupas da sedução, finess, inteligência, bons hábitos, ou sonhos politicamente corretos ou em sombras ridículas como a maledicência ou ríspidas provocações?




Quando nos livraremos desta vestimenta falsa e desenharemos nossos destinos e êxitos com este sangue que escorre levando as vitaminas - infância, os sais minerais- maternos, os leucócitos- irmãos, as plaquetas - amigos, os eritrócitos - planos... e todas as outras ilusões e expectativas irritantemente felizes e egoístas?!
Não sei o que virá depois, estou cansada demais para imaginar! Por mais ilusório que o fosse, meu modo de vida era confortável! Agora passo frio de otimismo, fome de calmaria, stress de amargura! Quanto vale a verdade quando a força se esvai? Ou eu quem procuro força no lugar errado?

28 junho, 2009

Sopro da Eternidade




Parece que eu estou numa espécie de coma. É, é uma estranha sensação de estar sonhando, flutuando, enquanto meu corpo descansa em algum leito.
Eu posso tudo. eu posso ser tudo. Eu atravesso paredes, épocas, regras ! Eu posso qualquer coisa, mas este poder me consome de tal forma que até o horizonte me parece fútil, findável. É um poder letal.
Se as dimensões, as distâncias (até as planetárias) são frustrantemente pequenas, o que mais posso superar ? Quais limites ?
Não se trata de limites morais, mas sim de limites existenciais. Limite do imaginável. Limite da dor. Limite de voar... mas em busca do que ?
O que há depois do sucesso ? O que há depois das crenças ? O que há depois de nos enchermos deste mundo ? De tudo o que ele guarda ? O que há depois do silêncio ? O que há depois de um sonho ?



Oh loucura que me invade !

Dá vontade de fingir ter problemas como os de todo mundo, só para ter algo em comum, só para ter certeza de que estou sã !

Esta força me tirou tudo o que eu respirava e agora Vivo em crise de asmas, até que a morte me leve, num navio florido ao mar...

É como se tentassem vislumbrar meus olhos, mas eles são de vidro, e só refletem, recusando suas ofertas ! Fico assim, apenas com a essência, dentro do meu louco âmago.

Antes eu acreditava que enlouquecer, era ter liberdade, mas estou descobrindo que nos libertamos de respostas, mas nunca de perguntas ! Todos nós precisamos de um início lógico.De um ponto de partida e da chance ilusória de questionar.
Enlouquecer não é senão apenas mais uma prisão.A prisão de saber que não existem regras ou limites, mas a prisão de que existe um destino e um propósito. Talvez, enlouquecer seja ter fé e humildade para aceitar este fato...

Há uma vontade de explorar tudo, cada cantinho, cada sabor, cada cor, cada número, cada posição, cada desgraça, cada êxito... só para ver se entendo o que é que me trouxe aqui.
Parece-me que antes era tão mais fácil. Eu criava e as estrelas dançavam realizando meus pedidos. Hoje, todos cansam, reclamam, sacrificam-se e vão sem concluírem seu desejo ardente de brilhar com E'las.

É como se guardassem um Carnaval dentro de uma velha caixinha de música, onde já vive uma bailarina.

O que afinal me alimenta ? O que alimenta meus irmãos ?
Não sei ! è como se fossemos uma rede, não uma rede seletiva, onde escolhemos os nós, mas é uma espécie de extensão, de raio.
Nunca estaremos felizes plenamente, enquanto uns sofrem, porque é uma parte minha que sangra.
tudo sou eu: quem atira, quem morre; quem rouba, quem prende; quem é cego, quem procura; quem chora, quem acalanta; quem apresenta, quem aplaude; quem luta, quem desacredita; quem esconde, quem investiga; quem teme, quem é firme; quem sofre, quem vence...
As estrelas são partes que conseguiram brilhar !

Quais os nossos compromissos ?

23 junho, 2009

Sangue Negro, Veias de Luz

Tenho pensando tanto sobre as diferentes visões sobre o que chamamos de vida !

Afinal... qual seu significado ? O que há nesta força que teima a continuar mesmo que nós já tenhamos desistido ? Qual sabedoria ou qual fúria é esta que hora nos levanta, hora nos esmaga feito insetos..... Ou seria nossa visão que hora nos encoraja e hora nos manda as profundezas escuras ?

Que vendas são estas que nos atordoam ?




De tanto teimar em ter o amor das pessoas que me rodeiam, de tanto exigir que estes me vangloriassem, de tanto desejar com todo meu fervor fazer parte do núcleo .... acabei vazia e cheia de tanto tentar e fracassar, e então percebi que deixei que as boas coisas passassem, esqueci-me dos telefonemas amigos, dos passeios engraçados, das caretas inesperadas, das roupas pixadas; das flores, dos cães que passavam de manhã, de Djavan, Lenine, Zélia Duncan...; do chocolate quente; do sonzinho da água; tudo isto sempre esteve comigo... esteve na vida, mas eu nunca havia dado atenção suficiente !


Quando enfim,digo, eninício fiquei com minha própria falta, com meu sangue que jorrava incansavelmente de minhas entranhas,percebi que tornava-me gelada, mais gelada, rude, endurecida do que aqueles que acusava de assim o ser.










Eu simplesmente era pedra, um cristal negro que refletia sua escuridão por onde passava. E então, tornei-me a vilã, a causa, o reflexo, a podridão de não ter alicerces , sonhos, ambições.





Sentia sangrar, achava que morreria, afinal sangue é vitalidade. Mas o sangue trevoso se foi e aquela dor inescrupulosamente incompreendida... não disse adeus (é, eu não tive fé)
ela continuara com força.... mas nem lágrimas mais exprimiam o que eu era, pois era o nada !
O vazio , é a mais contraditória definição, era um vazio cheio de tudo,ia até o "z"
menos de amor, Amor- próprio....


*sempre está em nossa mãos


E depois de noites em claro, calmantes orgulho à baixo, Hoje, acredito que não existam limites; possível e impossível;
Estamos vivendo na política do "não deu certo" certo é que precisamos e não o que planejamos em si ! Dizemos, "aquele emprego não deu certo;o namoro não deu certo; a faculdade não deu certo" , claro que deu ! Era o que precisava aprender ! Sim, aprender a ser humilde, alegre, determinado, cuidadoso... ou seja lá o que for !

Ainda não sei o que é a vida, mas acho que o que Ela mostra é que muitas vezes são as perguntas que nos movimentam e não as respostas. A nossa infindável caminhada já é o progresso.

Deste modo entendi finalmente quando aquele 'pobre' dizia :"...olhos de ver, ouvidos de ouvir."





A vida está aí, correndo nas veias da esperança, do amor,da aceitação, do "enloucrescer", do sorrir, do seduzir, do não saber... do querer com respeito.





Cada um tem uma história, somos a soma de experiências , por isto não existem verdades únicas, "a verdade é um espelho quebrado que reflete de um modo particular para cada expectador".


COMUNICADO

Aos que sempre marcaram sua presença através dos comentários, aos que me cumprimentam, aos que simplesmente testemunham das minhas linhas sem que eu imagine, minhas desculpas pelo tempo de reclusão, mas fora necessário. Conto com vocês para compartilhar novas idéias, princípios, projetos..... depoimentos.
Obrigada pela força

Thaís.

08 março, 2009

Rainhas de Si, Deusas do Mundo

Somos nós as mulheres !


Passei o dia pensando numa poesia para nos homenagear
Mas nós já o somos ! Uma linda e terna poesia do autor mais perfeito, que é Deus e que também nos fez Deusas......

Pensando assim, acho que o melhor poema então seria observar tais criaturas encantadoras, observar cada verso de seu sorriso que fascina,
seu olhar que pode destruir ou fortalecer, sua dança envolvente, suas curvas de infinita sensação
Observar as tantas personagens que carregamos dentro de nós,
as guerreiras, as lobas, as menininhas, as mães, as responsáveis, as insanas, as serenas, as impulsivas, as sereias, as ciganas , mas sobre tudo a grandeza que temos ao cumprir cada um destes papéis.

Nossa majestade é soberana !
Não há manuais, não há explicações, não há peritos
Existem apenas admiradores que dançam por entre os véus
de nossos talentos e poderes
Porque somos Rainhas deste Universo, somos Rainhas da vida
somos mulheres.


07 março, 2009

Ao Pé do Horizonte

Ao pé da bananeira
a menina se deliciava com seu cesto de frutas
Saboreava cada pedacinho que deixava suas mãos pegajosas
A menina em sua pura inocência, tirou suas sapatilhas e seu chapéu
e logo deixou ali ao pé da árvore seu cantil e peixeira.
O tempo parou e a menina sequer percebeu que era noite
As frutas estavam tão boas depois de um longo dia de trabalho !
Ela esqueceu-se que a floresta é a casa de quem a deseja e não de quem a merece....
De repente sentiu uma dor tão forte, tão forte que nem conseguia gritar !
Era a dor da malícia e crueldade, a dor da malidicência e vaidade.
A menina não sabia o que fazer, e ficou ali, atirada as raízes da árvore
Para sua surpresa , destas mesmas raízes sairam luzes protetoras
as lembranças lhe deram vida !
A menina então percebeu que não havia um antídoto
O melhor era prevenir-se !
Mas a raiva foi tanta e tanta, ela não compreendia
Até que a menina percebeu que pobre era a cobra que se rasteja
e assim o fará durante toda sua vida ! Apenas enxergará seus pés e a menina podia ver muito mais..... podia alcançar o horizonte !

Amazona de mim

Na última semana tive experiências impagáveis.
Mais uma vez senti a morte ! Mas foi diferente, pois quem andou na prancha foi a inocência, que está perdendo-se neste oceano do mundo real e suas ondas imensas.

Pude observar e aprender tanto que parece que vivi muito mais do que sete dias.
Minha dor primeiramente foi de me deparar com as fraquezas humanas, e mais do que isto, com aqueles que utilizam as fraquezas alheias para erguer-se.
No meu mundo as pessoas pediriam ajuda, se auto observariam e enfim amadureceriam, mas no mundo real é uma selvageria assustadora ! De repente me vi numa jaula com leões famintos..... famintos de poder !
Eles rugiam tão alto que nem pude ouvir meu bom senso. Minha voz se perdeu entre rugidos e risos ! Me vi tão só..... envenenei-me com o desespero, que num frasco tão pequeno proporcionou insasatez por momentos que nunca mais voltarão.
De repente coloquei as mãos no bolso e senti uma espada, antes mesmo que pudesse cravá-la de vez naqueles bichos, vi meu reflexo em sua prata divina.
Assustei-me com meu semblante e percebi logo que não tinha forças para carregá-la... caminhei até um cantinho, encolhi-me e então, depois de conviver com aquele medo, descobri algo : os leões não alcançavam uma parte da jaula. minha verdade e caráter eram intocáveis ! Depois só depois de ver que o medo não ultrapassaria certas barreiras enchi-me de mim mesma, coloquei minha armadura e ataquei ! Cravei a espada cintilante e para minha surpresa, os animais continuaram a rugir e rugir ! Não entendi como, já que uns sangravam.... assim como eu !
Neste instante notei que e os leões continuavam a ameaçar-me, mas eu já não temia, porque fui capaz de cravar minha espada.
Mas conforme as gotas de sangue corriam até meus pés, dei-me conta de que éramos iguais ! Uns rugem, uns choram, outros riem, alguns somem, e há aqueles que lutam.... Mas o sangue, gota à agua traçou uma linha : a do limite !

21 fevereiro, 2009

Linhas e Nós

Queria me entregar
Queria estar na palma de suas mãos
Queria que pensasse que é você quem me conduz,
quando na verdade apenas segue minhas migalhas

Queria que susurrasse em meus ouvidos
Queria que me calasse com seus lábios
Queria que me acordasse com sua poesia... a poesia de teus olhos
E que me colocasse para dormir em seu peito ao som de tuas histórias de herói

Queria que me fizesse menina, me fizesse mulher
Queria ser seu desejo, sua agonia, seu êxtase e perdição
Queria estar em suas mãos
Queria estar em suas mãos !

Queria deslizar em suas linhas
Queria deslizar em teu corpo perfeito
Queria navegar em teus olhos
E afogar-me em tua boca

Queria trançar nossas linhas
Queria me perder neste nó
Queria acordar sem começo, sem fim, sem planos
Ao passar dos anos !

Queria costurar nossas almas em terno novelo
Queria ser teu zelo
Queria fazê-lo feliz
Queria ser aprendiz !

Queria estar nas palmas de tuas mãos
Mas elas estão ocupadas por uma boneca de porcelana...
hoje ela ganha vida meu Gepetto, você a despertou !
E enquanto ela respira, você desperdiça este feito e eu, meu amor !

Queria estar em tuas mãos
Queria mergulhar no fogo desta paixão, e arder em seu corpo
Queria perder-me em tuas linhas divinas
E não nestas pobrezinhas.

Sete Dias


Enquanto meu olhar mergulhava nas divergentes verdade daquele quarto,
meu coração por vezes paralisou, por vezes acelerou...
Transitei de escuros vazios, para o transbordar de almas
Naqueles instantes experimentei dor, indiferença e excelência !

Sentimentos por hora despiram-se ao meu testemunho,outros,
oblíquos e singulares emaranhavam-se às minhas mãos, entrelaçadas
às rugas da experiência.... para algumas, da sobrevivência.

Apesar dos cabelos brancos e das meias de lã, senhoras, mantêm seus espíritos jovens
e criativos, são livres como cavalos selvagens, à correr em busca de seu próprio destino.
Outras, estão em poços, poços pobres e escuros, que não permitem o movimento do balde...
na verdade, nem o cair de uma gota.


Acho que somos como velas ! Sim, somos feitos de resina, e mais cedo ou mais tarde, acabaremos ! E restará apenas o pavil.
O que nos difere é o como queimamos!
Uns queimam subtamente, nem sequer sentem ventos, nem sequer sentem seu próprio calor;
outros sofrem verdadeiros vendavais ! Choram choram e sua resina espalha-se ao "Deus- dará".
Há os que mal acendem! São apenas um foquinho, que tornam a falhar....somos uma diversidade e tanto !
Tem ainda aqueles em formato de estrelas, os aromáticos, os decorativos, que se preocupam em agradar todos os olhares.... enfim somos muitos !
Mas eu não poderia esquecer daqueles que esperam seu último sopro para ficarem de vez em sua escuridão.....
E muito menos dos que estão no fim, mas se vêem como velas de sete-dias ! Pois têm fé em si mesmos, são sua própria luz.

Porque o que nos define, os que nos queima são nossos pensamentos !

Queda Livre

De repente estava afogando-me, parecia estar diante do fim...
A cada metro de lama meus pulmões se compriamiam tentando puxar o que antes me dava vida.
Tentei tentei, mas nada vinha. O que me alimentava antes, o que corria em minhas veias não existia mais, minha esperança morreu comigo ! Naquela areia movediça.
E o que restava a minha volta, dentro e fora de mim, era lama !
Tornei-me vazia sem nem uma gota e cheia quando já não cabia nem sequer uma delas !
Vazia de carinhos, de sonhos, de amores, e cheia desta ilusão, cheia de esperar, de tristeza, de temores !
O "tudo" e o "nada" estavam sempre juntos, fazendo questão de circundar meu coração....hora ele batia gelado e hora batia fervendo !

Depois de ter toda minha' lma coberta, estava só! Eu e o poder daquele repuxar...
A única opção era sair, já que morrer não fora solução ! As dores ainda me pertubavam, mesmo que debaixo da terra !

Comecei a pensar e mais do que isto, a pensar com o coração, antes mesmo da lógica.
O que eu procurava era SENTIdo para acordar daquela longa noite !

Já que desejar os insetos não me fazia anestesiada, tive de partir, passei a remexer na lama de minhas entranhas, e nelas encontrei feridas, sujeira e algumas pétalas... depois, alguns botões sofocados.

Até que percebi que a cada metro avançado, sentia a cor do vento em meus ouvidos, enchi-me naquele momento....

E notei enfim, que não estava numa areia movediça, mas sim em queda livre !

Sou fênix diante do precipício da morte-vida !