07 março, 2009

Ao Pé do Horizonte

Ao pé da bananeira
a menina se deliciava com seu cesto de frutas
Saboreava cada pedacinho que deixava suas mãos pegajosas
A menina em sua pura inocência, tirou suas sapatilhas e seu chapéu
e logo deixou ali ao pé da árvore seu cantil e peixeira.
O tempo parou e a menina sequer percebeu que era noite
As frutas estavam tão boas depois de um longo dia de trabalho !
Ela esqueceu-se que a floresta é a casa de quem a deseja e não de quem a merece....
De repente sentiu uma dor tão forte, tão forte que nem conseguia gritar !
Era a dor da malícia e crueldade, a dor da malidicência e vaidade.
A menina não sabia o que fazer, e ficou ali, atirada as raízes da árvore
Para sua surpresa , destas mesmas raízes sairam luzes protetoras
as lembranças lhe deram vida !
A menina então percebeu que não havia um antídoto
O melhor era prevenir-se !
Mas a raiva foi tanta e tanta, ela não compreendia
Até que a menina percebeu que pobre era a cobra que se rasteja
e assim o fará durante toda sua vida ! Apenas enxergará seus pés e a menina podia ver muito mais..... podia alcançar o horizonte !

Amazona de mim

Na última semana tive experiências impagáveis.
Mais uma vez senti a morte ! Mas foi diferente, pois quem andou na prancha foi a inocência, que está perdendo-se neste oceano do mundo real e suas ondas imensas.

Pude observar e aprender tanto que parece que vivi muito mais do que sete dias.
Minha dor primeiramente foi de me deparar com as fraquezas humanas, e mais do que isto, com aqueles que utilizam as fraquezas alheias para erguer-se.
No meu mundo as pessoas pediriam ajuda, se auto observariam e enfim amadureceriam, mas no mundo real é uma selvageria assustadora ! De repente me vi numa jaula com leões famintos..... famintos de poder !
Eles rugiam tão alto que nem pude ouvir meu bom senso. Minha voz se perdeu entre rugidos e risos ! Me vi tão só..... envenenei-me com o desespero, que num frasco tão pequeno proporcionou insasatez por momentos que nunca mais voltarão.
De repente coloquei as mãos no bolso e senti uma espada, antes mesmo que pudesse cravá-la de vez naqueles bichos, vi meu reflexo em sua prata divina.
Assustei-me com meu semblante e percebi logo que não tinha forças para carregá-la... caminhei até um cantinho, encolhi-me e então, depois de conviver com aquele medo, descobri algo : os leões não alcançavam uma parte da jaula. minha verdade e caráter eram intocáveis ! Depois só depois de ver que o medo não ultrapassaria certas barreiras enchi-me de mim mesma, coloquei minha armadura e ataquei ! Cravei a espada cintilante e para minha surpresa, os animais continuaram a rugir e rugir ! Não entendi como, já que uns sangravam.... assim como eu !
Neste instante notei que e os leões continuavam a ameaçar-me, mas eu já não temia, porque fui capaz de cravar minha espada.
Mas conforme as gotas de sangue corriam até meus pés, dei-me conta de que éramos iguais ! Uns rugem, uns choram, outros riem, alguns somem, e há aqueles que lutam.... Mas o sangue, gota à agua traçou uma linha : a do limite !