Escrever para você é atravessar um ponte da frustração.
Sim, bem contraditório, pois em mim há tantas linhas e verbos seus.
Não compreendo, és tão simples ! Meio alfabeto lhe agradaria, mas não posso.
Não consigo escrever para luz.
Preciso que me ilumine, mas ler uma homenagem minha te obrigaria
a visitar um vale de sombras.
Eu adoraria amá-la como o faz, merecê-la...
Rezo para o esgotamento de sua entrega
Ainda mais louca que eu, é esta sua paixão irreversível
por quem sou e por quem posso me tornar.
Temo tanto, tanto tempo, tanto tem
para ser feito, para o efeito.
Desejo eu, por misericórdia, por seus celestes prêmios
me transformar em anjo, ao menos em um segundo,
para lhe dar um beijo às mãos que exibem rugas
Rugas de quem amou muito e de quem alimentou feras
azedas, mesquinhas, questionadoras, inocentes.
Pudera eu, deixar esta caverna para caminhar até as Estrelas.
Lhe devo ao menos este beijo...
Asas de anjo, com plumas, cabelos dourados
mas minha boca ainda será pecaminosa.
Minhas asas de fênix não têm permissão para voar tão alto.
Quanto queria poder amá-la, quanto.
Este desejo me fere, rasga a minha incapacidade,
mas além dela não existe o louvor.
Vejo seu peito, seu coração estendido,
mas minhas mãos fervilham, queimam.
Perdão !
